RELEASE
Apresentação
Uma das mais conceituadas coquistas de Pernambuco, a olindense Aurinha do Coco
abre 2007 festejando 25 anos de carreira com o lançamento do segundo CD solo:
"Seu Grito". Gravado no Fábrica Estúdios, no Recife, produzido de forma independente, com patrocínio da
Chesf, e distribuído pela Tratore, o disco tem 12 faixas, das quais Aurinha
homenageia duas batidas do Coco: Xambá e o Coco Raiz de Olinda. O trabalho
recebe a bênção de Naná Vasconcelos – padrinho artístico de Aurinha e produtor
de seu primeiro CD ("Eu Avistei", 2004) -, que assina o texto de
abertura no encarte do disco.Aurinha sempre tocou o Coco Raiz, aquele
tradicional, que "possui uma batida mais pisada, mais machucada e
gostosa", como ela mesma define. Mas em seu primeiro CD não foi a trabalhada.
Ela utilizou a batida Xambá, que é mais rufada, mais recheada. Agora, neste
segundo trabalho, ela brinca com os dois estilos.Acompanharam Aurinha na
gravação de "Seu Grito" os músicos Alexandre Simpatia (pandeiro),
Iran da Alfaia (alfaia), Andreza Karla (backing vocal e pandeiro), Wellington
(ganzá), Moisés (percussão), Mamão (percussão) e Valéria Vanda (backing vocal),
que formam a banda Rala Coco. Ainda foram convidados Isa Melo (backing vocal e
direção de voz) e Viola (alfaia), percussionista de Olinda e grande conhecedor
da batida tradicional do Coco, que assina a direção musical. Na faixa
"Mestres da Cultura", o som da rabeca é obra de Maciel Salu, numa
participação especial do artista.Neste novo álbum, Aurinha aparece como
compositora de cinco faixas. As demais são assinadas por Isa Melo, Zezinho,
Luí¬s Boquinha, Tonino Arcoverde e Geraldo Lima. O nome do CD leva o mesmo
título da música de trabalho. "Seu Grito" é de composição da própria
Aurinha e fala de violência. Para a cantora, essa música é de extrema
importância por fazer menção a um trabalho social que luta para reduzir a
violência contra as mulheres. Há cinco meses, ela vem fazendo apresentações em
um encontro de mestres coquistas promovido pela Secretaria de Saúde da
Prefeitura de Olinda, num trabalho que será transformado em CD e DVD e,
posteriormente, distribuído em escolas.CARREIRA - Aurinha não vem de uma
família com tradição musical. Filha de um maquinista com uma dona-de-casa, na
adolescência Aurinha trabalhou com o comércio em Olinda. Incentivada pelos
irmãos mais velhos, aos 17 anos adentrou no mundo da música cantando em corais
de música erudita.Com seu primeiro casamento, foi morar em Amaro Branco, numa
colônia de pescadores que, na época, era um grande reduto do Coco Raiz. "Quando
os pescadores chegavam do mar, se encontravam na colônia e participávamos todos
de sambadas de cocos", relembra Aurinha. Ao casar-se com Zezinho, filho de
Selma do Coco, decidiu cantar com a sogra. Após dez anos de trabalho com Selma,
Aurinha resolveu formar a sua banda – a Quebra Coco. O grupo durou apenas seis
meses para dar lugar à Rala Coco, que já existe há oito anos.
Aurinha roda a saia em todos os sotaques do coco:O de Raízes O de Xambá O de
Praia O de Roda O de Embolada O de Umbigada Aurinha canta e se envolve com a
maior simplicidade, Aurinha tem o dom, Aurinha tem a aura. Sua polirritmia é
contagiante, todos os sotaques do coco encontram em Aurinha um porta-voz, que
propaga, celebra e festeja essa riqueza multicultural que a África nos deu e que
Aurinha do Coco faz com tanta dignidade.Aurinha é a primeira dama do coco.Ela
raspa o coco Do coco faz a cocada E o resultado é a mais gostosa umbigada Da
primeira-dama, Aurinha do Coco.(NANÁ VASCONCELOS)